«O BOM LIVRO É AQUELE QUE SE ABRE COM INTERESSE E SE FECHA COM PROVEITO»

AMOS ALCOTT

A Travessia da Noite

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

| | |
Como esta mulher sobreviveu ao terror de um campo de concentração
«(...) o 24 de Dezembro aproxima-se. Para me preparar para a data, desenhei com o meu lápis uma espécie de imagem. É o meu presépio. O menino jesus encosta-se a uma cruz, tem o dedo erguido para abençoar. Uma mulher deportada com o seu vestido de riscas e o seu lenço apoia-se nele. Sob o triângulo marcado com um "F", desenhei o número de matrícula: é o meu, 27372.»

Aqui, Geneviève de Gaulle Anthonioz, conta-nos na primeira pessoa momentos da sua vida, onde, nos é aberta uma janela para os campos de concentração e para a fragilidade e vulnerabilidade humana, assim como para a brutalidade e animalidade do Homem.

Relatos sobre os campos de concentração são algo que mexe particularmente comigo, porque não deixo de pensar "Como é que é possivel que isto tenha acontecido?, Como é que pudemos fazer isto uns aos outros?".
Portanto, aqui, e em qualquer outro relato de uma vitima é-nos exposto o horror da brutalidade humana em momentos que são realmente tocantes e quase inacreditáveis!

É uma obra muito pequena!... alguns momentos no campo, algumas memórias...
No entanto, é sem duvida um livro de emoções onde por mais breves que sejam os momentos sentimos não só o horror, o medo, o ódio, a dor e a revolta da autora, mas a de milhões de judeus.

A verdade é que quantidade não é qualidade e por isso, apesar de ser um livro muito pequeno, acaba por ser grande a nível de conteúdo, porque afinal há uma grande veracidade nos factos. Ver que alguém viveu aquilo ainda me choca e não deixa nunca de me tocar!

Não é uma obra prima, não! É uma memória nua e crua e por isso, é simplesmente aquilo que é... Alguns episódio da vida de alguém disponíveis ao Mundo...

0 Páginas:

Enviar um comentário